sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Azeite domina exportações e gera negócio de 142 milhões em 2012



18/10/13, 00:10
Por Almerinda Romeira
O chamado mercado da saudade continua a dominar as relações económicas entre Portugal e o Brasil, que, no ano passado, se afirmou como o 11.º cliente do nosso País. O azeite é o produto nacional mais vendido no outro lado do Atlântico e juntamente com o peixe (seco e congelado) perfez 28,5% do total das nossas exportações em 2012, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). Do Brasil, Portugal importa sobretudo crude.


O azeite é, de longe, o produto que Portugal mais vende para o Brasil. No ano passado, e de acordo com as estatísticas do INE, o néctar da oliveira rendeu 142,96 milhões de euros, ou seja, 21% do total das exportações portuguesas.

A importância do azeite no cabaz exportador para o país irmão mede-se igualmente pelo ritmo de crescimento: 28,7% em 2012 comparativamente com 2011, ano em que as exportações do produto totalizaram 111 milhões.

Se o azeite é o primeiro produto do mercado da saudade, os peixes, com lugar de destaque para o bacalhau, são o segundo. As exportações de peixes secos, salgados ou em salmoura, farinhas, pó e pellets de peixe atingiram 29,9 milhões de euros, enquanto os peixes congelados renderam 21,2 milhões, ocupando o terceiro e o sétimo lugar do ranking dos produtos mais exportados no ano passado.

Os vinhos e três frutos frescos - maçãs, pêras e marmelos - têm igualmente um peso considerável no cabaz exportador português, embora nenhum dos dois tenha crescido em 2012 relativamente ao ano anterior. Segundo os dados do INE, em 2012, as exportações de vinhos de uvas frescas totalizaram 28,6 milhões de euros, sendo de 27,85 milhões o valor das frutas.

Os números referentes ao primeiro semestre de 2013 seguem em linha com a evolução verificada no ano passado.

O grupo dos produtos agrícolas é, de resto, o mais importante das exportações portuguesas, mais do que duplicando (248,29 milhões de euros) o valor do segundo grupo, que é o de máquinas a e aparelhos (112,439 milhões de euros). Nos lugares seguintes encontram-se os metais comuns (87 milhões), minerais e minérios (489 milhões) e os produtos alimentares (40,2 milhões). Com exceção dos minerais, que diminuíram face a 2011, todos os outros grupos de produtos cresceram a ritmos consideráveis.

 Em 2012, o Brasil afirmou-se como o 11.º cliente de Portugal, assegurando 1,50% das saídas de bens portugueses, que ascenderam a 679,255 milhões de euros, o valor mais elevado dos últimos cinco anos e superior ao registado em 2008, que foi de 319,807 milhões de euros.

Nos últimos cinco anos, verifica-se alguma irregularidade na evolução tanto das exportações para o Brasil como das importações deste país. As duas componentes da balança comercial foram especialmente penalizadas em 2009, ano em que, por via dessa contração, se registou o saldo comercial mais pequeno - logo, o mais favorável a Portugal, dado que, em matéria de comércio de bens, Portugal perde tradicionalmente para o Brasil.

O ano de 2012 foi, igualmente, favorável a Portugal na dinâmica do comércio bilateral. Com efeito, de acordo com os dados do INE, as exportações registaram um crescimento de perto de 100 milhões de euros relativamente a 2011 e as importações a diminuírem outros cerca de 100 milhões, o que se traduziu num impacto positivo de 200 milhões de euros na balança.

Segundo dados do INE, o número de empresas exportadoras caiu em 2009 face a 2008, mas, desde então, tem vindo a aumentar de forma sustentada, ascendendo a 1686 no final do ano passado.

Importações
Nos últimos quatro anos, o Brasil manteve o 10.º lugar na lista dos fornecedores de Portugal, com uma quota de 2,43% em 2012, que se traduziram por importações no montante de 1368 milhões de euros de mercadorias.

Os óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos são o peso pesado das importações, com uma fatura de praticamente metade do valor total. Em 2012, um pouco mais até: 55,1%, foi quanto pagou Portugal pelo petróleo brasileiro, ou seja, 754 milhões de euros.

No lugar seguinte da lista das nossas importações estão os produtos agrícolas e alimentares, como a soja, o açúcar, o tabaço, o bagaço, o milho e o café. Em 2012, a soja ascendeu ao segundo lugar na lista dos produtos mais importados, com uma fatura de 166,85 milhões de euros (126 milhões em 2011), destronando o açúcar de cana ou beterraba, com 97,5 milhões de euros. Os restantes produtos situam-se todos abaixo dos cinquenta milhões de euros.
Fonte: Oje

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