terça-feira, 22 de abril de 2014

Agroalimentar "muito interessado nos EUA"

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, afirmou segunda-feira que a indústria agroalimentar portuguesa, tal como o sector agrícola, estão "muito interessados" nos Estados Unidos e na abertura de novos mercados para que as exportações cresçam mais.
Em declarações à Lusa, Bruno Maçães, que teve uma reunião com um conjunto de associações e empresas do sector agrícola para recolher os contributos que permitirão ao Governo português assegurar a defesa dos interesses nacionais nas negociações sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a Europa e os Estados Unidos (sigla em inglês TTIP), afirmou que o sector industrial agroalimentar tem"uma atitude muito ofensiva" e "está interessado", tal como o sector agrícola, "em entrar no mercado americano e em abrir novos mercados".

O responsável governamental disse ainda à Lusa que se trata de "um sector que, até um certo ponto de vista, é mais importante que o industrial", por causa das ligações aos Estados Unidos (EUA), que "são mais fortes".

"Os números dizem isso", mas no caso das negociações agrícolas este "é sempre um sector delicado", no qual "não queremos que as transformações sejam súbitas e onde têm de haver transições bem mais suaves", frisou.

Isto deve-se à necessidade de proteger os interesses portugueses: "E é assim do lado americano, será assim do lado europeu e do lado português", salientou.

Esta reunião foi a oitava que se realizou para ouvir empresas e associações nacionais de diferentes estores de actividade com o propósito de recolher contributos para as negociações ao nível do TTIP.

Segundo esclareceu Bruno Maçães à Lusa, o Governo quis ver onde é que existem "oportunidades de crescimento e onde é que há vulnerabilidades", as quais têm de ser "adequadamente protegidas ou pelo menos têm que ser criadas as condições para uma transição tão suave quanto possível".

As áreas vulneráveis "estão identificadas", disse sublinhando que "não vale apena fazer segredo sobre isso. São, por um lado, produtos de carne bovina e, depois, no agroindustrial, os processados e concentrados de tomate ou de laranja".

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Governo empenhado em "novos sucessos" nas exportações - Machete

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, garantiu hoje em Seul que o Governo está empenhado em "trabalhar ao máximo" para as empresas portugueses alcançarem "novos sucessos" nas exportações, à semelhança dos últimos dois anos.
O governante falava na abertura de um fórum empresarial entre empresas portuguesas que o acompanham na visita oficial à Coreia do Sul, que termina esta sexta-feira, e a Associação de Comércio Internacional da Coreia (KITA, na sigla internacional), congénere da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), que também participou na sessão.
Rui Machete apresentou a atual situação económica e financeira de Portugal, mencionando o crescimento da economia de 1,3 por cento, no final do ano passado, a "recuperação gradual" da procura interna e a "descida consistente" do desemprego, que apesar disso ainda se "mantém demasiado elevado".

O governante salientou depois que as exportações "continuam a aumentar", referindo que "depois de terem batido todos os recordes em 2012, as exportações portuguesas tiveram novamente o seu melhor ano em 2013, com um crescimento anual consolidado de 4,6%", subindo aos 7,7% quando se exclui o comércio com os países da União Europeia.

"Estamos determinados a trabalhar o máximo que conseguirmos, ajudando as empresas portuguesas nos seus esforços de internacionalização, para fazer de 2014 outra história de sucesso em termos de exportações", sublinhou.

Machete recordou também o "vasto número de reformas estruturais" no mercado de trabalho, saúde e justiça, o "programa ambicioso de privatizações, que tem sido, até agora, um enorme sucesso".

"Estas conquistas foram reconhecidas pelos mercados financeiros e Portugal tem consistentemente reconquistado a sua confiança e o acesso ao financiamento normal, com as condições de financiamento a melhorar", disse.

As taxas de juro, acrescentou, "mantêm uma tendência de queda, estando agora a ser negociadas abaixo dos quatro por cento, o nível mais baixo" em quatro anos.

Sobre as relações com Seul, o governante português apelou ao reforço dos laços económicos entre os dois países: "O comércio bilateral entre Portugal e a Coreia do Sul tem uma enorme margem de crescimento", considerou o ministro.

No ano passado, as trocas comerciais entre Lisboa e Seul representaram pouco mais de três milhões de euros, números "modestos", mas que refletem um crescimento das exportações e importações, o que considerou ser "um sinal promissor".
Rui Machete destacou que o setor privado tem demonstrado uma "impressionante capacidade imaginação e capacidade para se adaptar a novos desafios, ao aumentar as quotas de mercado e encontrando novos mercados estrangeiros".

A AICEP e a sua congénere sul-coreana assinaram hoje um memorando de entendimento com o intuito de promover o comércio e a indústria e desenvolver a cooperação económica.

Vendas DOC Douro ultrapassam os 100 milhões de euros

Comercialização cresce em nove dos 10 principais mercados em 2013


Os vinhos DOC Douro fecharam 2013 com um valor de vendas superior a 100 milhões de euros (101, 8M€), mais 12,2 por cento do que no ano anterior.
Nove dos dez principais mercados cresceram em volume de negócios, com Portugal na liderança seguido pelo Canadá e Angola. No total, a comercialização dos DOC Douro cresceu, além do valor, quer em quantidade, com um aumento de 9,7 por cento, quer ao nível do preço por litro, que registou uma subida de 2,3 por cento. A quota de exportação manteve-se acima dos 40 por cento (40,9% em valor e 40,1% em quantidade). Os DOC Douro tintos continuam a deter a maioria do mercado, com quase 80 por cento (79,2%).

No âmbito dos dez principais mercados, o francês, que ocupa a 9ª posição, foi o que mais cresceu na generalidade com um aumento do volume de negócios superior a 40 por cento (41,2%), mais 25 por cento de caixas vendidas (25,2%) e quase 13 por cento de aumento no preço por litro (12,8%).

Para o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), “os vinhos da Região Demarcada do Douro estão a aumentar a sua quota de terreno internacional de uma forma muito interessante. Mais do que a quantidade, estes resultados demonstram que os DOC Douro estão a crescer em notoriedade e valor a um ritmo sustentável”, conclui Manuel de Novaes Cabral.